A história das
marimbas do Zimbabwe
A maior parte dos intrumentos africanos são tão antigos que
torna-se impossível saber exatamente a história de sua origem. No entanto, a marimba
do Zimbabwe é uma exceção. Esse instrumento tem apenas 40 anos, aproximadamente,
e durante esse tempo a sua popularidade cresceu estrondosamente. Hoje, a
marimba do estilo Zimbabwe pode ser ouvida não somente no próprio Zimbabwe e
nos seus países vizinhos como em Bostwana e África do Sul, mas também no Reino
Unido, Scandinávia, Austrália, Canadá e Estados Unidos. Para um instrumento com
tão pouco tempo de história, certamente a expansão foi muito rápida. Essa é a
história de como tudo começou.
Zimbabwe nos anos 60...
O Zimbabwe no início dos anos 1960 era chamado Rhodesia do
Sul, e era uma colônia britânica. Isso mudou em 1965 quando Ian Smith e seu
“governo branco” declararam independência, e o país tornou-se somente Rhodesia.
Nesse país, todas as escolas, universidades, transporte público, centros
comerciais e até mesmo zonas residenciais eram separadas pela cor de pele entre
“branco”, “mulato” e “negro”. A grande maioria negra não tinha direito ao voto,
e a crescente indignação com toda a
situação finalmente desencadeou uma guerra civil durante o início dos anos 70
até 1980. Em 1980, a vontade da maioria finalmente firmou-se e o país tornou-se
Zimbabwe. No entanto, ainda 1960 a guerra ainda não tinha surgido. As pessoas
viviam normalmente. Compravam sua comida, visitavam os amigos, frequentavam as
escolas e cantavam cancões enquanto trabalhavam.
Escola Superior
de Música Kwanongoma (Kwanongoma College of Music): O local de nascimento das marimbas
do Zimbabwe
A cidade de Bulawayo é a segunda maior cidade do Zimbabwe,
perdendo somente para a capital Harare. Bulawayo fica na província de
Matabeleland, lar do numeroso povo Ndebele. Os Ndelebe constituem o segundo
maior grupo étnico do país, ficando atrás do povo Shona, os quais são a
maioria.
Em 1961, Bulawayo abrigava a Adacemia de Música de Rhodesia,
onde o diretor era Robert Sibson, um engenheiro elétrico aposentado e flautista
cássico. Como musicista, Robert apreciava a rica tradição musical dos dois
povos, Ndebele e Shona, que eram interligados intimamente em uma sociedade
rural. No entanto, ele se preocupava com uma possível perda dessa tradição na
medida em que as pessoas iriam se deslocando do campo para a cidade em busca de
trabalho. Sem falar que nada daquela música era ensinada nas escolas. A solução
adotada por Sibson foi criar uma escola superior dedicada ao estudo da Música
africana, com o objetivo principal de formar professores de educação musical
primária capazes de ensinar a Música africana em outras escolas. Essa escola superior
fundada em 1961, uma ramificação da Academia de Música, foi nomeada Kwanongoma,
que siginifica “o lugar onde tocam-se os
tambores”, ou “o lugar do canto”.
Com o Colégio Superior de Música de Kwanongoma estabelcido,
Robert Sibson propôs que alguns tipos de instrumentso africanos deveriam ser
usados para a educação. Para achar um instrumentos apropriado, Sibson consultou
profissionais renomados em seus devidos campos. Entre eles, Hugh Fenn, ex-diretor
da Academia de Música de Rhodesia antes de Sibson; o étno-musicólogo sul
africano Andrew Tracey, filho do renomado étno-musicólogo Dr. Hugh Tracey;
Dr.James McHarg, vice-presidente da Universidade de Rhodesia; Trevor Lea-Cox,
que foi Diretor Geral de Transportes de Rhodesia; e Nelson Jones, o engenheiro
elétrico da cidade. Após muitas conversas, o instrumento escolhido para
Kwanongoma foi a marimba. O instrumento era unicamente africano, mas não nativo
do Zimbabwe, especificamente. Todavia, marimbas eram encontradas nos países
vizinhos como Zâmbia e Mozambique. O povo Chopi de Mozambique tinham forte
tradição com marimbas, e utilizavam grandes grupos com vários instrumentos indo
de marimbas baixo até as soprano. A idéia para Kwanongoma era criar não somente
uma marimba, mas bandas completas, similares com as encontradas em Mozambique.
Como o propósito de Kwanongoma era capacitar professores de
música, os estudantes eram instruídos não somente através das marimbas, mas
também no canto, performance, teoria, piano, violão, percussão e mbira. A mbira é um instrumento tradicional do povo
Shona, tocado com os polegares e dedos indicadores. A mbira tem uma história
própria fascinantem que está além da esfera de estudo nesse momento.
O primeiro Diretor de Kwanongoma foi Leslie Williamson. Seu
sucessor foi Olof Axelsson, em 1972. Quando Axelsson deixou o cargo em 1981,
Alport Mhlanga, um experiente instrutor de marimba, tornou-se o Diretor de
Kwanongoma até mudar-se para Botswana em 1987. Em, 1971, Kwanongoma mudou-se da área de Khami Road para uma
nova área em Old Victoria Falls Road. Na época, tornou-se o departamento de
música da Escola Superior de Educação United
(United College of Education).
Em breve, a parte 2...