terça-feira

A história das marimbas do Zimbabwe - Parte 2



Os construtores de marimbas em Kwanongoma

As primeiras três marimbas de Kwanongoma foram construídas por Nelson Jones por volta de 1962, usando Sequoia (Sequoia sempervirens), madeira importada, e tubos de papelão para os rossonadores. Elas eram cromáticas, e não duraram muito pois a madeira era aparentemente muito macia.


Em 1963, com a chegada de Josiah Siyembe Mathe, um exeperiente músico Lozi descendente do sudoeste de Zambia e que sabia construir Selimbas (marimba Lozi), o desenvolvimento das marimbas em Kwanongoma entrou no eixo. Tendo como base a Selimba de 11 notas com ressonadores de cabaça, Mathe criou uma marimba soprano de 13 notas, uma tenor e uma baixo. Era um habilidoso construtor de instrumentos e que também sabia como construir tambores  e outros instrumentos musicais, e mais tarde compartilhou seus conhecimetos com os estudantes de Kwanongoma.


A madeira usada para as teclas das novas marimbas era a Mukwa (Pterocarpus angolensis), uma madeira disponível na área. Após um breve experimento com tubos ressonadores feitos de bambus, acabou-se adotando tubos de PVC com diferentes larguras e comprimentos em vez das tradicionais cabaças como nas selimbas.

Michael Bhule foi o sucessor de Mathe, e foi ele quem construiu o primeiro set completo de quatro instrumentos que tornaram-se o modelo para as marimbas de Kwanongoma, baseado nas sugestões feitas por Alport Mhlanga. Esse set foi construído em 1966 e consistia em uma soprano e tenor com escala diatônica de Dó Maior com fá sustenido adicional, uma barítono de nove notas, e uma baixo de oito notas. A inclusão de Fá sustenido sugeria que canções pudessem ser executadas tanto em Dó Maior quanto em Sol Maior, o que tornaria os instrumentos mais versáteis, especialmente quando acompanhando cantores.

Bhule treinou James Jubane, também conhecido com James Jack, que por sua vez treinou Elliot Ndlovu em 1968. Quando Olof Axelsson tornou-se Diretor de Kwanongoma em 1972, ele e Ndlovu trabalharam exaustivamente em um novo design para as marimbas para a Escola. Ndlovu permaneceu como administrador de oficina até 1997. Após aposentar-se de Kwanongoma, ele e seus filhos continuaram a fazer marimbas em sua casa in Luvevem Bulawayo até sua morte em 2006.

Professores de Marimba em Kwanongoma

O primeiro instrutor de marimbas em Kwanongoma foi Josiah Siyembe Mathe em 1963. Um dos alunos foi Alport Mhlanga, que frequentou a Escola em 1963 e 1964. Em 1966, Mhlanga juntou-se a Escola no cargo de palestrante. Seis meses depois. Mathe mudou-se para Botswana, e Mhlanga tornou-se o novo instrutor de marimbas em Kwanongoma.

Mhlanga defrontou-se imediatamente com o seguinte desafio: aumentar o repertório para a banda de marimbas de Kwanongoma. A princípio, a criação de um novo instrumento sem herança tradicional musical é muito empolgante, mas sem um repertório apropriado, esse instrumento não passa de uma interessante peça de mobília. Mhlanga encarou o desafio. Ele compôs  novas músicas para as marimbas, incluindo Ranchera, Maimbo, Rugare 1, Rugare 2, Amaxoxo, Kwanongoma e muito mais. Alguns de seus estudantes também colaboraram, e as canções foram, muitas vezes, nomeadas de acordo com o compositor, por exemplo Chiradza 1 e Chiradza 2. Também foram feitos arranjos de músicas tradicionais para as marimbas. Além disso, Mhlanga e seus alunos utilizavam canções de artistas locais e internacionais de rádio e os adaptavam para as marimbas. O repertório de Kwanongoma expandiu-se dos Lozi, como Siyamboka e Singonki and temas populares Shona como Chamtengure,  passando por “township jive” em Skokiaan e Take it Easy, até canções de Big Band americanas como A Swinging Safari e In The Mood.

Após lecionar e atuar como diretor em Kwanongoma por 22 nos, Mhlanga mudo-se para Botswana em 1987. Com a sua partida, o som das marimbas começou a desaparecer da Escola de Kwanongoma. Mhlanga tornou-se o diretor da escola de ensino médio Maru a Pula em Gaborone, e também Diretor de Marimbas e também atuava levando a música para comunidades sem acesso. Mhlanga continuou em Bostawana até sua morte, por ataque cardíaco, em 2012.

Em breve a parte 3...

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